22 de set. de 2011
Professoras Premiadas
Inclusão Digital do Portador de Síndrome de Down
Este trabalho foi realizado na EMEF Prof. Arno Nienow localizada em Dois Irmãos – RS e teve como objetivo incluir a aluna portadora de Síndrome de Down com o uso da tecnologia, aceitando as diferenças. Sabe-se que a inclusão é um processo gradativo e que deve ter todo preparo para adaptar a estrutura da escola que deve voltar-se aos aspectos da educação, no que tange a inclusão, a integração e assegurar o direito ao portador de necessidades especiais, com melhores oportunidades possíveis para que cresça e desenvolva-se por intermédio de valores e conquistas que serão decisivos para sua vida.
As atividades foram propostas levando-se em conta o histórico escolar da aluna “L”, que tem 12 anos, ainda não está alfabetizada, conhece algumas letras, números e cores, envolve-se com música, adora dançar, cantar e acompanha o ritmo com palmas e gestos.
Nos primeiros contatos das observações com a aluna “L” percebeu-se a inquietação e necessidade de manusear tudo que encontrava pela frente. No ambiente informatizado, desconhecia a finalidade de estar ali diante de várias máquinas e inúmeros botões para acionar.
Os recursos tecnológicos associados aos efeitos da multimídia foram fundamentais para alcançar os objetivos propostos na sua totalidade. No momento da realização das atividades, tinha à mão o material concreto, então quando aparentava sinais de fadiga, manuseava estes materiais disponíveis. Não foi forçada em nenhum momento a permanecer só no computador, mas nas últimas sessões observou-se que permanecia mais tempo diante do computador, interagindo com as atividades, pelo gosto e conhecimento que adquiriu através da proposta realizada.
Em contato com as professoras envolvidas no projeto descobrimos sobre suas preferências e o que mais gostava de fazer, que adora música e envolve-se facilmente com sons, acompanha com palmas os ritmos e gosta muito de atividades com músicas e adora dançar. Aos poucos, explorou o ambiente, conheceu os componentes do computador, finalidade e socialização do grupo.
Para incluir a aluna “L” digitalmente, foram planejadas atividades de acordo com sua faixa etária, levando-se em conta o atraso mental na idade cronológica. Mostrou-se envolvida e gosto pelo que fazia, sentiu alegria e prazer no decorrer da aula, além da realização das atividades, tinha por objetivo socializar-se com a máquina.,
Ao entrar no ambiente informatizado, é movida pelas imagens e os sons chamam sua atenção, acompanha o ritmo da música na linguagem que conhece, a corporal e a gestual. Manuseou, riu, beijou, ligou e desligou as caixinhas de som numa manifestação de euforia e prazer. Como a atividade utilizou imagens, símbolos gráficos e sons, proporcionou-se a oportunidade de interagir e expressar-se através da sua linguagem. Esta combinação interligada a sons, imagens e símbolos gráficos na comunicação oportunizou à aluna “L” expressar-se e compreender o que estava sendo vivenciado.
O atendimento a aluna “L” ocorreu de forma gradual no sentido de proporcionar uma experiência no seu aprendizado, por que toda a nova informação que for bem assimilada pelo portador de síndrome de Down não será esquecida, será aprendida, fator que compensa o processo lento em sua aprendizagem.
Desta forma, a possibilidade do portador de síndrome responder melhor à aprendizagem e participar do processo de construção está condicionado ao estímulo do meio em que está inserido, podendo ser cultural, ambiental e familiar, mas apesar das limitações, pode haver o enriquecimento, no que tange a ampliação, construção dos conhecimentos e as suas potencialidades.
Sendo assim, o trabalho com o portador de Síndrome de Down requer preparo intelectual, paciência e dedicação por parte do professor, para que não leve em consideração somente suas dificuldades e limitações, mas principalmente suas habilidades e potenciais, favorecendo suas possibilidades na construção do seu conhecimento. Como a aluna “L” que apresentou progressos significativos e obteve todo o preparo para dar continuidade a uma nova caminhada no ano seguinte rumo ao desenvolvimento de novos saberes.
Ao longo do processo, houve participação e apoio da direção da escola, da coordenação pedagógica, da família, das professoras (titular, auxiliar, de informática e do laboratório de ensino e aprendizagem e também acompanhamento semanal na APAE local com psicóloga, fonoaudióloga e terapia musical.
Janice do Rocio Kwiatkowski
Professora de Informática
Participei do Prêmio Educador Nota 10 da Fundação Victor Civita e fui convidada a participar do Projeto DIVERSA por Daniela Alonso.
A professora de língua portuguesa da escola Arno Nienow, Sheila da Silva, participará do V Seminário de Estudos em Educação e Linguagem, no Centro de Convenções em Olinda /Pernambuco nos dias 16, 17 e 18 de Novembro. Na ocasião, ela fará um relato docente de um projeto aplicado, em sala de aula, no ano passado.
Entenda:
Em 2010, Sheila participou do curso “Diversidade Textual”, orientado pela professora e diretora da escola Albano Hansen, Débora Linck. O curso foi promovido pela Universidade Federal de Pernambuco e distribuído por todas as regiões do Brasil. Sem custo algum, qualquer professor de língua portuguesa de Dois Irmãos poderia se inscrever para participar do curso. Além das discussões e reflexões acerca da importância do trabalho com os diversos gêneros textuais, o curso propunha elaborar uma sequência didática a ser aplicada em sala de aula. Sheila apresentou o trabalho em Porto Alegre e, após inscrição do seu projeto, foi selecionada nacionalmente para participar do V Seminário de Estudos em Linguagem, em Pernambuco. Débora Linck acompanhará a professora Sheila na viagem a Pernambuco para reforçar a presença dois irmonense e gaúcha.
O Projeto....
O projeto elaborado por Sheila tem como título “A contribuição da poesia na construção da identidade do adolescente: Uma proposta de ensino com enfoque no gênero poético” Após concluído o projeto, foi aplicado com alunos do 8º ano da escola Arno Nienow. “Procurei apresentar diversos textos poéticos com a temática identidade, sempre oferecendo uma proposta de recepção ao texto, com o intuito de motivá-los à leitura. Trabalhamos textos de Cecília Meireles, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade e Sérgio Caparelli. A poesia é muita ampla então o tema foi “identidade” para o púbico jovem. Usei vários recursos para envolver os alunos e cruzar diferentes linguagens, como a música e a arte. No final, conquistamos o objetivo principal que foi a produção de poesias. “Os alunos curtiram as suas próprias produções e agregaram a elas os conhecimentos obtidos na análise dos textos explorados nas aulas. Alguns alunos se destacaram pelo talento de escrever e expressar os sentimentos através da escrita”, diz Sheila.
A proposta do Seminário é reunir professores e pesquisadores para fazer uma troca de ideias de projetos bem sucedidos e refletir sobre o ensino da leitura e escrita no ensino básico. “Estou ansiosa e curiosa. Quero ver os projetos dos outros estados e a realidade das demais escolas do Brasil. As escolas do nosso município têm trabalhos maravilhosos que, muitas vezes, ficam no anonimato. Para muitos de nós, educadores, são trabalhos corriqueiros, mas certamente de grande valor. Tenho 10 minutos para discorrer sobre meu projeto e pretendo também fazer uma breve apresentação da escola e de Dois Irmãos.”
Poema da aluna Letícia Schommer
COMO UMA FLOR
Às vezes, me sinto como uma flor:
Tem dias que me fecho como um botão.
Tem dias que acabo desabrochando...me abrindo...
Às vezes, me abro, abro, abro demais,
Murcho e acabo deixando as pétalas caírem.
Enquanto alguns sentimentos afloram,
Outros murcham...
E assim vou seguindo neste maravilhoso ciclo!
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