No dia 30 de abril recebemos a visita dos índios Caingangues.
Fala do Vice-Cacique
Antônio
Todos somos irmãos, mesmo sendo
de diferentes etnias. Hoje não moramos mais em OCAS, mas sim em
casas, procurando manter nossa origem e nossos costumes que são
repassados de pais para filhos.
Nós, índios, não somos
selvagens. Mas queremos compartilhar com os brancos a nossa vida.
Foi apresentada uma cantiga
indígena, sendo que os componentes usavam vestimentas típicas para
o ritual, quando se reúnem para ir a guerra e defender suas terras.
As marcas estampadas nas vestimentas querem dizer que estão sendo
passadas de pais para filhos, para que essa chama fique sempre viva.
As águas, as matas, enfim, tudo
que tem na terra dão vida ao ser humano, e tudo que vem da natureza
faz parte de nossa cultura.
Os professores são
índios da aldeia contratados pelo estado, sendo uma escola normal,
os temas abordados em sala de aula são sobre sua cultura. A escola
funciona de 1º ao 4º ano. Após o 5º ano, os índios frequentam
escola normal fora aldeia. Aprendem tudo que precisam na escola
indígena para poder acompanhar os conteúdos quando saírem da
aldeia.
Na aldeia, todos convivem em
liberdade, são donos de tudo e fazem tudo em conjunto, sendo uma
grande comunidade, já na cidade é bem diferente, todos tem seu
terreno demarcado.
A língua falada no seu idioma e
na sua linguagem caingangue e cada etnia tem a sua linguagem, essa
aldeia indígena chama-se Por fĩn.
Pela falta de sustentabilidade,
e falta de alimentos na natureza, então saem das aldeias pare vender
seus artesanatos como meio de sobrevivência.
Praticam esportes como futebol,
vôlei entre outros, já as brincadeiras são o aprendizado da
confecção do artesanato, desta forma são preparados para sua
sobrevivência.
Nos rituais de morte, os índios
dançam como sinal de despedida, para o lugar onde Deus tem preparado
e que vá em paz.
Os índios já estão
informatizados, tendo acesso à Internet na aldeia.
A função do Cacique é
representada pela liderança indígena para ir em busca de suas
necessidades, como projetos de melhoria para sua aldeia, trabalhando
em prol do bem estar de sua comunidade.
Quando se aproxima o nascimento
dos bebês as índias são conduzidas para as maternidades locais, os
nomes são dados pelos seus avós, sendo batizados com nomes
indígenas e em português. Os índios podem contrair matrimônio, a partir dos 17 anos para as moças e 20 anos para os rapazes.
Antigamente os pais escolhiam os cônjuges para seus filhos
para que não se casem com parentes, hoje em dia é de livre escolha.
Os os índios já estão casando com brancos, antes isso não era
permitido, porém hoje a lei se modificou, mas quando isso acontece o
índio é banido de sua aldeia, não sendo permitido sua moradia na
aldeia.
Existem alguns pajés nas
aldeias, que utilizam ervas medicinais para cura de enfermidades e
são apoiados pelas lideranças. Porém os casos graves são
encaminhados para hospitais
Os índios que vivem na cidade é
negado assistência por parte do governo. Alguns índios trabalham em
empresas, possuem carros e dirigem. Os índios idosos recebem
aposentaria do governo.
A grande maioria dos índios
confeccionam artesanato, vivem e trabalham dentro de sua
aldeia/comunidade, são barrados do trabalho fora da aldeia pela
falta de qualificação.
A escola realizou campanha de
alimentos não perecíveis, que foram entregues pelos alunos Ágata,
Cleberson, Ariele e Chaiane (que são descendentes indígenas) para o
vice-cacique.
O vice-cacique agradeceu a
oportunidade de expor para os alunos um pouco da sua cultura e
costumes, prometendo o retorno para o ano seguinte com mais atrações.
Depoimentos dos Alunos
- A vida dos índios hoje tem
semelhança com a vida das pessoas da cidade, assim estão vivendo
melhor e com mais facilidade. Roger – 91
- Depois da palestra, tivemos a
oportunidade de visualizar os artesanatos, tudo muito lindo, aprendi
muito com eles. Jaqueline – 91
- Trouxeram vários objetos
artesanais que eles mesmos produzem. Enfim, gostei muito, pois
conhecimento nunca é demais. Bianca – 91
- O conhecimento trazido por eles
foi muito importante para nós, pois assim conhecemos vidas e lugares
diferentes. Isnete – 91
- Falaram sobre suas dificuldades
perante a sociedade em ganhar o direito de entrar em todos os lugares
e conseguir empregos. Thalia – 91
- Que massa! Soube que entre eles
tudo é de todos. Ismael – 81